ABOLICÃO PIONEIRA

O “paraíso terreal” descrito por Fray Bartolomé de Las Casas mostra que de paraíso pouco sobrou com a invasão espanhola. Na Ilha Hispaniola, hoje correspondente a Haiti e República Dominicana, assassinaram quase todos os índios e levaram quase todo ouro e cobre. Depois, os escravos trazidos da África, definharam nos canaviais para adoçar a mesa de europeus. 

Entretanto, Toussaint L’Ouverture e outros generais negros, foram os primeiros a conseguir abolir a escravidão nas Américas. O povo haitiano abriu-se para acolher quaisquer escravos fugidos da vizinhança e até dos Estados Unidos. Em seguida, a despeito de Napoleão ter enviado 60 mil soldados, resistiram e proclamaram a independência da França em 1804. Toussaint L’Ouverture não colheu a vitória, morreu de fome e frio nas masmorras da França. Mais tarde, a United Fruit Co., explorando a força de trabalho de haitianos/as, (assim como em Honduras, Colômbia, Guatemala, Nicarágua...) produziram frutas que deliciaram estadunidenses. 

No Haiti ainda restam minas de ouro e cobre. Somem-se minas de urânio, diamante e irídio, jazidas de petróleo tanto no solo quanto em seus mares, além das reservas de gás, para completar o quadro de um país rico com um povo empobrecido pelo colonialismo e sucessivas invasões, a mando de Washington a partir de 1915. 

O terremoto de 12 de janeiro de 2010, que matou mais de 220 mil pessoas, além de desabrigar milhões, provocou a solidariedade de muitos povos, porém, mais de 500 mil pessoas continuam vivendo em barracas. Dos 4 bilhões de dólares da ajuda internacional, 34% retornou aos países doadores para pagar os gastos das forças armadas e órgãos governamentais de ajuda ao Haiti; 28% ficaram com agências da ONU, 26% com empresas privadas contratadas, 5% foram para a Cruz Vermelha... Assim, até agora, a reconstrução ainda não foi realizada. 

Como se não bastasse, desde outubro de 2010, uma epidemia de cólera já matou mais de 7 mil haitianos, além de infectar 520 mil. Famílias de haitianos vítimas de cólera, reivindicam indenização de 100 mil dólares por pessoa morta e 50 mil por infectado porque a cólera foi trazida por soldados das forças da ONU. 

O Brasil enviou medicamentos, vacinas, roupas, barracas, água, alimentos, inicialmente impedida por forças dos Estados Unidos. A Via Campesina levou sementes e apoio técnico. Agora, como nossos vizinhos bolivianos e paraguais, buscam refúgio no Brasil. 

O povo brasileiro é acolhedor e solidário. Que não haja espaço para a xenofobia. 

Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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