TERRA EMPRESTADA

TERRA  EMPRESTADA

A divisão dos royalties da exploração do petróleo tem sido, reiteradamente, objeto de disputa. 

Não há dúvida de que a Ciência e a Educação necessitam de recursos. No entanto, é preciso atentar para a Mudanças Climáticas que exigem uma corajosa guinada na exploração de fontes de energia. 

O petróleo a profundidades que chegam a 6 e 7 mil metros, cuja prospecção exige imensos recursos, bem poderia ser substituído por energia solar (e/ou eólica) de que o Brasil dispõe em abundância. Além de menos dispendioso, o mais importante é que é bem menos poluente. Assim, ao contrário de reivindicar percentuais dos royalties do pré-sal, urge incentivar pesquisa e instalação de equipamentos de geração de energia limpa. (que não é o caso dos agrocombustíveis). Os imensos gastos com a prospecção do pré-sal poderiam ser economizados, sobrando recursos para Ciência e Educação e urgentes setores sociais.

 O acidente causado pela Chevron por meio da contratada  Transocean (a mesma que causou o vazamento no Golfo do México, no ano passado) deveria servir-nos de alerta contra a prospecção no pré-sal.

 Ademais, quase 50% dos recursos públicos estão sendo comprometidos para o pagamento da dívida pública, cujos títulos rendem de acordo com a taxa selic, a mais alta do mundo. É oportuno lembrar que os socorros governamentais aos banqueiros, por ocasião da crise que eclodiu em 2008, não foram usados para garantir empregos como se prometera, mas para adquirir títulos da dívida pública. Se queremos uma nação de cabeça erguida, basta inverter as prioridades: sobrarão recursos para Educação (Ciência), Saúde, Habitação ...

Os agrocombustíveis, erroneamente intitulados biocombustíveis, pela poluição (do ar, da terra, das fontes de água) que têm causado, não podem ser classificados como energia limpa. A população do amplo entorno pagam um preço muito alto. A agricultura tem sido seriamente prejudicada, a fuligem tem comprometido as plantações.  Enfim, a produção de alimentos tem sofrido sérios prejuízos. A saúde da população é a mais prejudicada: enfermidades do aparelho respiratório, alergias várias, comprometimento genético, sérias doenças neurológicas, ...  

Imensos desmatamentos, destruição das proteções naturais, implantação de amplas monoculturas de cana,... são receitas infalíveis para  vendavais e tempestades.

Se não quisermos continuar reféns das consequências das mudanças climáticas, é preciso reagir com urgência e coragem. Como nos ensinam povos originários da África, a Terra que habitamos não nos pertence, foi emprestada das futuras gerações. Temos obrigação de cuidar bem. 


Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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