A riqueza e importância das Semanas Sociais Brasileiras não poderiam ficar restritas a seus participantes: representantes nacionais das várias pastorais sociais e movimentos.
Para visibilizar as teses e ensejar a participação da população em geral, o “Grito dos Excluídos” se realiza, a cada ano, sempre em consonância com o tema da Campanha da Fraternidade que acontece na Quaresma. Trata-se da afirmação de que a independência ainda não se concretizou e por ela grita o povo. O povo foi excluído dos lucros do desenvolvimento.
O MAB (Movimento dos Atingidos/Ameaçados por Barragem) reivindicou um outro modelo energético já que, segundo Sônia Mara, cerca de 70% das/os trabalhadoras/es atingidas/os pela construção de hidrelétricas não receberam nenhuma indenização. As distribuidoras e operadoras lucram muito, mas o povo que morava no entorno foi expulso e amarga uma vida sem casa e sem a renda que antes obtinha. A reivindicação da tarifa social de energia elétrica, também, foi uma consigna presente em vários municípios, junto com a diminuição da tarifa comum que, para o uso doméstico é quase 10 vezes mais cara do que para a indústria.
Na Avenida Paulista, a Central dos Movimentos Populares, a Marcha Mundial das Mulheres, outros movimentos sociais e sindicalistas marcharam por direitos, inclusive por jornada de 40 horas, pelo fim da violência contra as mulheres, por moradia popular, por Creches, contra a criminalização dos movimentos sociais ...
Na região Norte, em vários locais, reivindicou-se a auditoria das privatizações, em especial a da Vale do Rio Doce. Em vários municípios, defendeu-se a proibição dos rodeios, como Mara Nogueira Souto e Leidiane Gouvêa, da Sociedade “São Francisco de Assis” de Proteção aos Animais, de São João del-Rei.
Muitas mulheres participaram do “Grito dos Excluídos” em vários municípios, portando maquetes de casas populares, reivindicando moradia popular. Denunciaram : há Prefeitos que se negam a liberar terrenos para a construção dessas casas cujos recursos estão disponíveis pelo programa “Minha casa, minha vida”.
Em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro ... a população gritou pela auditoria da dívida pública, como Padre Piggi da Paróquia de Santo Antônio: “Precisamos de uma devassa na dívida pública, como está previsto na Constituinte de 1988 e até hoje não foi cumprido. Enquanto não houver transparência sobre a questão, não teremos como mudar o modelo econômico do país, que exclui boa parte da população”.
Só neste ano de 2011, já se pagaram 554 bilhões da dívida pública.
A dívida não acabou! Você é quem paga por ela!
Auditoria, Já!
Iolanda Toshie Ide