NÃO POR ACASO

No Chile, com greves e grandes manifestações, estudantes tomaram 700 escolas. Não se pode contestar a situação precária a que chegou a Educação no Chile. Surgem cogitações sobre os motivos. 

Não foi por acaso. No contexto do enfraquecimento das ditaduras disseminadas pelo continente, medidas foram tomadas para que os países, que se levantavam em direção à redemocratização, não pudessem manter os poucos direitos sociais que ainda gozavam ou retomar os tão arduamente conquistados nas décadas anteriores à quebra da democracia.

 

Orientações para que os recursos até então destinados à Educação Pública sejam reduzidos drasticamente estão contidos em documentos da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe). Integrados num conjunto de medidas que nos foram impostas sob o termo “ajustes estruturais”, os setores sociais foram sacrificados em benefício da concentração da renda. Seus formuladores sabem o quanto uma educação, digna de seu nome, pode levar a população a questionar os privilégios e reivindicar direitos.

 

Assim, os “ajustes “estruturais atingiram a Educação Pública por meio de medidas como redução dos salários de professores/as, diminuição de recursos para as escolas, superlotação das salas de aula, eliminação de certas matérias, fiscalizações intimidatórias, ... até chegar ao que hoje pesarosamente assistimos. Chile e Argentina foram pioneiros na execução desses “ajustes”. Esta pagou caro com o empobrecimento drástico da população, a despeito de derrubar presidentes. As escolas públicas no Chile, antes gratuitas, passaram a exigir dos alunos o pagamento de mensalidades cada vez mais altas.

 

Também não é por acaso que ocorrem gigantescos movimentos de exportação de bens primários rumo à Europa, Estados Unidos, antes Japão e, agora China. Do Brasil partem milhares e milhares de toneladas de minérios, grãos, frutas, ...

 

Quando a área social encolhe, são as mulheres que pagam o preço mais alto. Reduzidos os serviços públicos de saúde, promoção social, educação, ...nós, mulheres, ficamos com uma carga inda maior porque, por enquanto (embora injusto), somos nós que cuidamos de crianças, enfermos/as, deficientes, idosos/as, e  ... também adultos sadios.

 

Não por acaso.

 

Iolanda Toshie Ide

 

 

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