A água é provavelmente o único recurso natural que afeta todos os aspectos da civilização humana, desde o desenvolvimento industrial e da agricultura até os valores culturais e religiosos arraigados na sociedade".
(Kaichiro Matsura, Diretor Geral da UNESCO)

Estamos muito habituadas a ouvir que água e vida são absolutamente inseparáveis. Ao procurar sinais de vida fora da terra, a primeira coisa que se leva em conta é a existência ou não de vestígios desse precioso líquido em outros planetas. Tanto nosso frágil organismo, como a superfície do planeta global são formados por aproximadamente 2/3 de matéria líquida. Humanos, animais e plantas são tributários da água para continuar sobrevivendo.
A primeira coisa que a princípio parece nos tranqüilizar é que, justamente, há água demais no planeta. Logo, porém, começando a refletir, vamos ver que cerca de 97% de toda água planetária está nos oceanos, mares e lagos salgados, sendo impróprias, portanto, para o consumo. Dos 3% restantes, que constituem água doce, 2% estão nas calotas polares, ainda inacessíveis aos seres humanos. Para a vida nos continentes e ilhas, resta apenas 1% do total da água da Terra.
Seu uso predatório e a contaminação do solo e dos rios ameaçam a quantidade e a qualidade da água disponível para as plantas, animais e humanos. Não é em vão que o ano de 2003 foi instituído pela ONU como o Ano Internacional da Água Potável. A escassez da água, de que algumas regiões já sofrem, tende a se agravar. Antes da atual guerra no Iraque se dizia, que os conflitos do século XXI seriam em torno da água e não mais do petróleo. O mundo já está se movimentando. De 16 a 23 de março, no Japão, aconteceu o Fórum Internacional das Águas, com a participação de aproximadamente 24 mil representantes de182 países.
O Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos e em reservas de águas subterrâneas. Porém, mesmo aqui, algumas regiões sofrem com a escassez de água, há muito tempo, como certas áreas do nordeste. Recentemente, Recife e São Paulo sofreram racionamento em sua distribuição. Além do mais, somos ainda muito pouco educados ao respeito aos recursos naturais. Desmatamento, poluição química e esgotos estão agredindo nossos rios e nosso solo, nossas reservas de água podem diminuir (como no caso do Rio São Francisco), e mesmo, ficarem comprometidas e impróprias para a saúde.
Ainda podemos reverter a situação se encararmos o ano Internacional da Água Potável como um alerta e um estímulo para mudar nossos hábitos destrutivos e nos empenhar para que outros mais sejam motivados a fazê-lo.

Ir. Edni Gugelmin, SSpS - pertence a Provincia Brasil Norte