Dignidade do Voto

Termina a campanha eleitoral. Cessa a pressão sobre os eleitores. Silencia a propaganda. Chega a hora do discernimento pessoal.

Na hora do voto, cada eleitor pergunte à sua própria consciência. E sinta-se livre de toda ameaça. Consciência e liberdade andam de mãos dadas. A prova de que votamos de acordo com nossa consciência é o sentimento de autonomia que experimentamos na hora de votar.

A liberdade do eleitor é protegida pela urna. A urna é a tenda da democracia, o abrigo da consciência, o escudo da liberdade.

Todo eleitor tem direito à própria liberdade, que não pode ser vigiada por ninguém. A lei garante, e os partidos precisam se incumbir de resguardar o clima de respeito, para que nenhum eleitor se sinta constrangido na hora de votar.

Diante da urna, o empregado está livre da pressão do patrão, que o ameaçou com a perda do emprego se não votasse no candidato que o patrão quis impor a todos os empregados de sua firma. Para o bem da democracia, vote contra o patrão prepotente!

Diante da urna, o funcionário público está livre da ameaça do prefeito, que forçou os funcionários a fazerem campanha para ele e ameaçou de demissão quem não votasse nele. Para o bem da democracia, vote contra os arremedos de ditadores que a politicagem vai criando por aí, no zoológico da corrupção!

Diante da urna, os pobres recuperam sua dignidade, atropelada pelo peso da miséria, que os forçou a aceitarem dinheiro em troca da promessa de voto, a receberem a cesta básica que o candidato mandou entregar, que tiveram que carregar bandeiras contra sua convicção, que vestiram a camisa que nada representava para suas legítimas aspirações de participação política e de inclusão social.

Na hora do voto, os pobres têm sua oportunidade de votar sem estarem pagando nenhuma promessa, sem se sentirem na falsa obrigação de votar no candidato que tentou comprar sua consciência. A liberdade da urna redime o cidadão da tentação de vender seu voto em troca de dinheiro ou de favores.

A democracia se fortalece com o voto livre e consciente dos eleitores.

Por isto, o voto precisa ser preparado por uma reflexão pessoal, que cada eleitor precisa fazer com antecedência. A liberdade deve ser cultivada em tempo, para não ser traída pela ignorância ou pela ingenuidade.

É preciso que cada eleitor se pergunte qual o candidato que em primeiro lugar se mostra mais digno do seu voto. Pois a democracia começa pela ética, que ampara a honestidade dos que pleiteiam cargos públicos.

Cada voto precisa expressar a esperança de eleger os candidatos que melhor vão garantir um governo sério e competente, que coloque os recursos públicos a serviço do bem comum.

A senha prática para guiar com segurança a liberdade é votar contra os candidatos que tentaram pressionar os eleitores com ameaças ou usaram o poder econômico para comprar o voto dos pobres. Pois a democracia precisa ser expurgada dos mercadores da consciência dos cidadãos e dos exploradores da miséria do povo.

Para o fortalecimento da democracia, o voto livre e consciente. Este o direito, esta a obrigação de cada eleitor!

D. Demétrio Valentini - Bispo da Diocese de Jales

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