VIGÉSIMO QUINTO DOMINGO COMUM (18.09.2011)

Mt 20, 1-16

 

“Os últimos serão os primeiros”

 

Há um consenso entre os estudiosos da Bíblia de que o centro da pregação de Jesus era “O Reino de Deus” (ou dos Céus, que em Mateus, significa a mesma coisa). Mas, Jesus nunca define o Reino; pelo contrário, sempre o descreve por meio de parábolas, para que o ouvinte se esforce para descobrir quais são os valores que tornam o Reino de Deus presente no meio de nós.

 

A parábola de hoje nasce no contexto da realidade agrícola do povo da Galileia. Era uma região rica, de terra boa, mas com o seu povo empobrecido, pois as terras estavam nas mãos de poucos, e a maioria trabalhava ou como arrendatários ou como “bóias-frias” como diríamos hoje. Embora a cena situe-se na Galileia de dois mil anos atrás, bem poderia ser o Brasil da atualidade! Apresenta uma situação de trabalhadores braçais desempregados, não por querer, mas “porque ninguém os contratou” (v 7). Talvez haja uma diferença, comparando com a situação de hoje - na parábola, o salário combinado era uma moeda de prata, um denário, que na época era o suficiente para o sustento de uma família por um dia - o que nem sempre se verifica hoje.

 

O texto nos ensina que a lógica do Reino não é a lógica da sociedade vigente. Na nossa sociedade, uma pessoa vale pelo que produz - logo, quem não produz não tem valor. Assim se faz pouco caso do idoso, aposentado, doente, excepcional. Na parábola, o patrão (símbolo do Pai) usa como critério de pagamento, não a produção, mas o sustento da vida - também o trabalhador da última hora precisa sustentar a família; e por isso, recebe o valor suficiente, um denário.

 

O Reino tem outros valores da sociedade neo-liberal do nosso tempo - a vida é o critério, não a produção. Por isso, quem procura vivenciar os valores do Reino estará na contramão da sociedade dominante. O texto nos convida a imitar o Pai do Céu, lutando por novas relações na sociedade e no trabalho, baseadas no valor da vida, não na produção e consumo.

 

Para a comunidade de Mateus, a parábola tinha mais um sentido. Começavam a entrar pagãos na comunidade, e muitos cristãos de origem judaica tinham dificuldade em aceitá-los em pé de igualdade - eram “da última hora”. Mateus conta a parábola para ensinar a eles que no Reino, experimentado através da comunidade, não pode haver discriminação entre cristãos de várias origens; por isso, “os últimos serão os primeiros”. O critério é a gratuidade de Deus Pai, pois tudo o que temos, recebemos d’Ele, e sendo todos filhos e filhas amados d’Ele, a comunidade cristã não pode discriminar pessoas, por qualquer motivo que seja.

 

Pe. Tomaz Hughes, SVD

E-mail: thughes@netpar.com.br

 

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