QUARTO DOMINGO COMUM (31.01.10)

Lucas 4,21-30

“Nenhum profeta é bem recebido na sua pátria"


            Não é fácil entender o desfecho da visita de Jesus a Nazaré, logo após o seu batismo. É muito violenta a mudança de atitude dos Nazarenos - da admiração à fúria.  Talvez Lucas tenha unido dois acontecimentos numa só história.  Mas, seja como for, alguns pontos importantes saltam aos olhos.
 

            Em primeiro lugar “todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca”(v 22).  Com certeza esta reação não foi causada pela oratória de Jesus, nem porque soubesse usar “artifícios para seduzir os ouvintes” (cf. 1 Cor 1,4), como fazem tantos pregadores e políticos hoje.  Não, foram palavras cheias de encanto porque brotaram da sua intimidade com o Pai, da sua espiritualidade profunda, da sua capacidade de compaixão, da coerência entre a sua fala e a sua vivência.  Aqui há um desafio para todos nós - de deixar que sejamos tomados pela Palavra de Deus, de tal maneira que a nossa palavra não seja mais a nossa, mas a manifestação do Espírito que habita em nós.  Só assim as nossas palestras e pregações surtirão efeito.  Ao contrário, por tão eloqüente que possa ser a nossa fala, seremos “sinos ruidosos, ou címbalos estridentes”(cf. 1 Cor 13,2) - chamam a atenção, mas não deixam frutos!
 
            A reação dos vizinhos de Nazaré encontra eco, muitas vezes, nas comunidades de hoje.  É o pobre que não acredita no pobre!  Jesus é rejeitado por ser considerado o filho de José, um simples carpinteiro de Nazaré.  Quantas vezes, hoje, acontece que, em lugar de incentivar as nossas lideranças das bases, os próprios companheiros de comunidade os rejeitam por não serem “doutores”, por não saberem “falar bonito” como sabem muito bem os nossos exploradores!!  Parece as vezes que há gente que sente prazer em destruir as lideranças .  Mas as coisas vão mudar só quando o pobre começa a acreditar no pobre!
 
            Jesus nos dá o exemplo de como enfrentar estes problemas.  Ele “continuou o seu caminho” ( Lc 4,20).  É isso mesmo - apesar das críticas, da não-aceitação, das gozações, o cristão tem que “continuar o seu caminho”.  Jesus sofreu com isso, mas não se abalou, pois a sua convicção não se baseava na opinião, aprovação e aceitação dos outros, mas na oração, na interiorização da Palavra.  Oxalá todos nós cresçamos neste sentido, seguindo o exemplo do Mestre!!
 
Tomaz Hughes SVD
e-mail: thughes@netpar.com.br

 

Convento Santíssima Trindade

REDES

EVANGELHO

CONHEÇA O VIVAT

ACESSE SEU WEBMAIL

Newsletter

SSpS - Missionárias Servas do Espírito Santo - Província Stella Matutina - Todos os direitos reservados
Rua São Benedito, 2146 - Santo Amaro - São Paulo - SP | Tel. (11) 5547-7222