Epifania do Senhor

Mt 2, 1-12
“Ajoelharam-se diante d’Ele, e Lhe prestaram homenagem”

Hoje celebramos uma das grandes festas do Ciclo de Natal - a Manifestação do Senhor (“Epifania” em grego), onde comemoramos o fato de que Jesus foi manifestado não somente ao seu próprio povo, mas a todos, representados pelo Magos do Oriente. Embora a festa tenha muita popularidade folclórica, ela esconde uma grande verdade da fé - que a salvação em Jesus é para todos os povos, sem distinção de raça, cor ou religião. Retomando a grande intuição do profeta Isaías, celebramos hoje a salvação universal em Jesus.

O texto de hoje é altamente simbólico - usa uma técnica da literatura judaica chamada “midrash”, ou seja, uma releitura de passagens bíblicas, com o intuito de atualizá-las. Assim, Mateus quer ensinar algo sobre Jesus, usando figuras e símbolos tirados de diversos textos do Antigo Testamento.

Por exemplo:
Vêm os magos (nem três, nem reis!) buscando o Rei dos Judeus. Esses magos lembram os magos que enfrentavam e foram derrotados por Moisés (Ex 7, 11.22; 8, 3.14-15; 9,11) e acabaram reconhecendo o poder de Deus nas maravilhas feitas por Ele.

A estrela é sinal da vinda do Messias, prevista na profecia de Balaão (Nm 24, 17)

O menino nasce em Belém, segundo a profecia de Miquéias (Mq 5, 1)

Os presentes lembram as profecias de Isaías sobre os estrangeiros que viriam a Jerusalém trazendo presentes para Deus (Is 49, 23; 60, 5; Sl 72, 10-11).
Herodes é o novo Faraó, que também massacra os filhos do povo de Deus (Ex 1, 8.16).

O texto chama a atenção pelas reações diferentes diante do acontecido. Os que deveriam reconhecer o Messias - pois são versados nas Escrituras - ficam alarmados, pois para eles, opressores do povo através da religião e da política, Jesus e a sua mensagem constituem uma ameaça. Outros, pagãos do Oriente, buscando sem ter certeza, arriscam muito para descobrir o verdadeiro Deus, e entregam-lhe presentes, sinal da partilha, que será característica do Reino que Jesus veio pregar.

Hoje em dia, verificam-se as mesmas reações diante de Jesus e do seu evangelho. Muitos querem reduzir os eventos religiosos a algo folclórico com shows e cantos, como se vê claramente nas festas natalinas, quando até bancos, que desfrutam de lucros astronômicos e imorais, esteios que são do sistema neo-liberal que cria pobreza em toda parte, promovem apresentações sentimentais de Natal, usando os mesmos pobres que eles ajudam a criar! Curitiba que o diga! De forma alguma esse tipo de celebração questiona a nossa sociedade e os seus valores. Para outros, o menino na estrebaria é um sinal do novo projeto de Deus, o mundo fraterno, onde todas as pessoas de boa vontade vão se unir, seja qual for a sua raça, nação, gênero ou religião, para construir a fraternidade que Deus quer.

Jesus não precisa de presentes, mas sim do nosso esforço na vivência do seu Reino. Não caiamos na celebração oca das histórias do Ciclo Natalino, reduzindo o seu sentido a algo somente sentimental e folclórico. Na prática, temos que optar - para a vivência religiosa vazia como a de Herodes e dos Sumos Sacerdotes, ou pela mensagem libertadora do Menino de Belém, que convoca a todos, representados pelos magos, para a construção do mundo de paz, fraternidade e justiça, pois Jesus veio para que “todos tenham a vida e a tenham plenamente” ( Jo 10, 10).

Convento Santíssima Trindade

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