Irmã Suitberta

 

 

"O melhor lugar do mundo é onde Deus me quer". São José Freinademetz

Ir. Suitberta "...No recreio, faço terços para o seminário. Estou feliz aqui no meu cantinho, que é bom e silencioso, servindo ao bom Deus com alegria e com espírito missionário..."

 

 

Com 10 anos perdi minha mãe. Morávamos no interior e eu fazia o curso primário. Mais tarde meu pai mudou-se para a cidade para sustentar os 7 filhos. Com 13 anos, fui para o Colégio Santos Anjos, em Porto União, esperando continuar os estudos. No colégio só trabalhei. Ajudava na cozinha, na louça, cortava lenha com machado e serrote e depois levava o carrinho de mão até a cozinha. Levantava cedo, às 5horas, ajudei a fazer o café e a preparar verduras para umas 150 pessoas. As 6h30 fui à Missa. Trabalhei muito, cozinhei, gostava de fazer frituras. Não havia geladeira. Buscava água no poço que tinha 24 metros de profundidade. Puxava-a com balde e levava-a para a cozinha. Na hora de comer, era em pé, pois tínhamos que servir as alunas internas.


Aos 17 anos senti-me chamada à vida missionária. Entrei no Convento Santíssima Trindade com pouco mais de 17 anos, no dia 07 de janeiro de 1948. No fim do ano, dia 08 de dezembro de 1948 entrei para o noviciado e em 1950 emiti os primeiros votos. No dia 10 de dezembro de 1950, fui para minha primeira missão, em Juiz de Fora. Lá, fiz hóstias e pão. A cada 2 dias usávamos um saco de farinha de trigo para fazer pão para 130 alunas internas. Também tinha a incumbência de ficar no recreio com as alunas.

Depois fui para Tatuapé. Lá tinha muita pobreza. Cuidei do serviço da casa, da capela, dos recreios. Não havia funcionárias. Havia umas 3 juvenistas (candidatas), mas, dispunham de pouco horas para ajudar na limpeza da casa. Mais tarde contrataram uma senhora para ajudar. Na ocasião, tínhamos umas 1.000 semi-internas. Pintei paredes, portas e cadeiras de salas. 

Naquela época, recebíamos as transferências sem diálogo e aceitávamos com base na obediência. Assim que, estive depois no Sagrado, em Belo Horizonte. Lá também fabricava hóstias, cuidava do refeitório do internato, tinha vigilância em recreio e ajudava na limpeza da clausura.

Mais tarde, no Convento, fiz de tudo um pouco: hóstias, serviço de rua, que incluía correio, compra de passagens, acompanhamento ou busca de Irmãs na rodoviária, etc. Por longos anos, enfrentei as filas do INSS, desde às 4h da manhã para marcar consultas para as Irmãs idosas, ou acompanhando-as à consulta. Naquela época, não se marcavam consultas por telefone.

Em 1972, no Méier, fiz o supletivo de primeiro grau, à noite, numa escola leiga, fora do Colégio. Durante o dia, trabalhava na cozinha. No Recanto, administrava a cozinha com 12 funcionários e fazia as compras, oportunidade para também recolher muita doação, no Ceasa, em frutas, legumes, verduras, feijão, arroz, carne e pão, tudo para as pobres do Asilo.

Em 1997 participei do Terciato em Nemi e na volta vim fazer parte da comunidade do Convento, onde novamente ajudei em tudo que podia. Até hoje estou aqui. 

Ultimamente, minhas pernas já não conseguem agüentar muito, então fico mais por conta de costuras e de consertos de roupas, servindo ao meu próximo com pequenos agrados. No recreio, faço terços para o seminário. Estou feliz aqui no meu cantinho, que é bom e silencioso, servindo ao bom Deus com alegria e com espírito missionário. O barulho das máquinas, o pensamento em Deus e o olhar no trabalho, assim termino feliz o meu dia. Às 17 horas paro para rezar, já estou com 74 anos, as forças diminuem. Mesmo assim, tudo faço para a glória de Deus e do próximo.

Irmã Suitberta, Lydia Catharina Mibach, SSpS - pertence a Província Brasil Norte
outubro/2004

Convento Santíssima Trindade

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