CONSTRUINDO ALIANÇAS

No Fórum Social Temático 2012, realizado em Porto Alegre, de 23 a 29 de janeiro, encontramos companheiras da MMM (Marcha Mundial das Mulheres) da América Latina, da África.

Tivemos uma mesa redonda na Câmara Municipal.  Marcante foi a fala de Wilhelmina Trout, da África do Sul, que nos relatou o seguinte sobre os anseios das mulheres de lá:

A Marcha Mundial das Mulheres reúne muitos grupos de base. As mulheres querem uma casa, poder abrir uma torneira e ter água sem precisar ir longe para buscá-la, querem ter comida para por na mesa para a família. Elas estão na produção agrícola que sustenta comunidades inteiras e desempenham os trabalhos de cuidado, baseados numa divisão sexual do trabalho que é o centro do sistema capitalista. É com essas mulheres que nos reunimos.

Outras dizem que querem mais mulheres no Parlamento na África do Sul. Como construir solidariedade e conexão entre elas?

Há grupos comunitários que fazem coisas em comum apenas para sobreviver. Por exemplo, trabalhadoras domésticas que ajudamos a se organizar em sindicato. Elas fazem trabalho invisível que não é reconhecido como parte da economia. A algumas mulheres que se dizem de esquerda, solicitamos que incentivassem essas trabalhadoras domésticas a se sindicalizarem, mas não o fizeram.

Na época do apartheid falávamos da tripla opressão das mulheres numa sociedade patriarcal, racista e com opressão de classe. Não basta construir a solidariedade entre nós se não reconhecemos o trabalho de cuidados das mulheres: acabamos por reforçar relações hierárquicas e patriarcais na nossa vida diária.

Então, na MMM (Marcha Mundial das Mulheres), nenhuma construção de texto é válida se não nos organizamos e construímos desde a base. É necessário também participar de espaços como o Fórum Social e construir alianças com quem tem posições semelhantes às nossas. Não é possível transformar o mundo sozinhas.

Um documento chamado “Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade”, foi construída coletivamente por nós, mulheres de cinco continentes, em torno de cindo temas: Igualdade, Liberdade, Justiça. Solidariedade e Paz.

Esse documento é muito importante para nós, do Brasil, que participamos ativamente na sua elaboração coletiva com várias contribuições. Assim, as mulheres das camadas populares são sensíveis a esse documento porque dele participaram explicitando seus anseios. Foi emocionante conversar com Wilhelmina e perceber que são muito parecidas as reivindicações das mulheres populares da América Latina e da África do Sul.

 

Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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