DETENHAMOS MAIS ESSA INSENSATEZ

Quiseram lançar-nos no ridículo com a afirmação de que, qual Cervantes, corríamos atrás de uma utopia. Alardeava-se o poder incontestável do Fórum de Davos (Econômico Mundial). Hoje, nem se fala mais dele. 

A grande Marcha de Abertura do Fórum Social Mundial mostrou toda sua pujança. Faixas imensas pediam PAZ: o Iraque não podia ser invadido com a alegação de possuir armas de destruição massiva. Aliás, desde a guerra com o Kwait, os bombardeamentos com fósforo branco não haviam cessado.  Adolfo Peres Esquivel (Nobel da Paz) fez um emocionante apelo pela PAZ. Com Rigoberta Menchù (também Nobel da Paz) foi até a ONU tentar impedir que o braço assassino de Bush Filho caísse sobre o povo iraquiano. 

Vindas do mundo inteiro, 130 mil pessoas marcharam pelas ruas de Porto Alegre. Os cartazes pediam Stop War. Sabíamos que seria uma carnificina, como no Vietnã. 

O que, segundo Bush, acabaria em semanas, durou 8 anos, com um gasto de um bilhão de dólares, resultando em um milhão de iraquianos mortos, a maioria civis, num país de 26 milhões de habitantes. Feridos, mutilados, acometidos de enfermidades devido à radioatividade, crianças com malformação genética ... um mundo de indescritível sofrimento foi o que restou dessa invasão baseada em uma mentira: não havia armas de destruição massiva (até agora, ninguém se desculpou por divulgar mentiras, nem peãs mortes), nem Sadam pertencia à Al-Qaeda. O cientista britânico que – disseram - deixou vazar à televisão BBC a inexistência dessas armas, foi demitido e depois encontrado morto num bosque. Pela primeira vez, os alicerces da BBC quase ruíram. Mesmo que fosse verdade, é de se perguntar pelos motivos pelos quais não se invade Israel (que, seguramente possui um imenso estoque de bombas nucleares), França e China que também as possui. 1820 toneladas de urânio empobrecido (resíduos radioativos) foram lançados em solo iraquiano, o que corresponde a 14.000 vezes as bombas lançadas em Hiroshima. Agora, sim, o solo do Iraque pode destruir massivamente. 

As precisões “cirúrgicas” dos lançamentos das bombas “inteligentes”, mostraram a intencionalidade da destruição de redes de água e eletricidade, escolas, hospitais, poços de petróleo, aeroportos, estradas, pontes... Os enormes custos têm a ver também com a intencionalidade dos imensos lucros para as grandes empresas de reconstrução, todas estadunidenses, cujos proprietários são pessoas como o vice-presidente Dick Cheney, o secretário de estado George Shultz, dentre outros. É preciso lembrar que a reconstrução se fará com recursos da cooperação internacional. 

As indústrias bélicas, que doaram milhões para as campanhas eleitorais de deputados e presidentes, querem vender suas armas, muitas delas obsoletas e encalhadas, além daquelas cuja eficiência ainda está para ser testada. Agora, o país da vez é o Irã. Tudo se faz para justificar a invasão: provoca-se, divulgam-se mentiras, impõem embargos econômicos ... tudo ao gosto das indústrias bélicas e dos humores eleitorais (em março no Irã e, em novembro nos EEUU). O que importa é que todo esse jogo poderá provocar imenso sofrimento e é preciso impedir mais essa insensatez. O governo dos Estados Unidos acaba de convencer o do Japão (e Coréia) ao embargo do petróleo iraquiano. Urge deter essa onda insana, antes que seja tarde.

Como disseram as “Mães da Praça de Maio”, se tivéssemos saído às ruas durante as duas ditaduras anteriores”...  Saiamos, pois, às ruas e praças  - porque esse é nosso lugar de manifestação e luta – antes que seja tarde. 

Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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