OTAGAWA

Feriado no Brasil, 21 de abril, uma segunda feira de 2008. Estava do outro lado do planeta: saí pela manhã, bem cedo, em direção à grande estação de Nagoya para tomar o shinkansen. Fui até Osaka para tomar outro shinkansen na estação de Shin-Osaka rumo a Hiroshima.

 

No dia seguinte, visitei o Memorial da Paz. Enorme, exibe fotos impressionantes dos mutilados pela bomba atômica que os estadunidenses atiraram no dia 06 de agosto de 1945, como sempre, não sobre depósitos de munição ou quartéis militares, mas sobre a população civil.

 

Muitos, com os corpos queimados, uma sede intensa os levou a se arrastarem em direção ao Rio Otagawa. Muitos se jogavam em suas águas na tentativa de aliviar a dor das queimaduras.

 

Após a visita ao Memorial da Paz, dirigi-me à Praça da Paz onde arde ininterruptamente uma chama pela paz mundial. Na praça, um monumento à menina Sadako Sasaki, morta por leucemia após mais de 12 anos das cinzas radioativas caídas sobre seu kimono.  

 

De volta para o centro da cidade, visitei o Duomo, ou seja, o prédio do Centro Empresarial atingido pela bomba atômica. Ao redor, as azaléias estavam floridas, multicoloridas, em festa.

 

Construída sobre o delta do Rio Otagawa, Hiroshima é local de intensa visitação. Já era tarde, tinha tido um dia intenso de visitações cheias de emoções. Quis descansar por um momento, mas o sono me dominou e dormi profundamente. Acordei com o ruído de bares barulhentos repletos de turistas. Foi a única vez, em três meses no Japão, que ouvi barulho durante a noite.

 

Levantei-me e me dirigi às margens do Rio Otagawa, não sem antes retirar os sapatos: lá estavam soterradas muitas das vítimas da bomba atômica, há 66 anos.

 

Iolanda Toshie Ide

 

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