FABRICAÇÃO DO ESQUECIMENTO

A TV espanhola promoveu mesa redonda para oferecer aos telespectadores inusitada oportunidade de reflexão sobre o momento histórico que estamos vivendo.

 

José Saramago, escritor laureado pelo Nobel de Literatura, várias vezes presente no Brasil tanto para lançar seus livros como para falar nas edições do Fórum Social Mundial, mais uma vez lançou luzes sobre a política atual. Assim, citando desde Kennedy, Clinton, Ricardo Lagos (Chile), Kirchner (Argentina), Chávez (Venezuela), Lula,... afirma que engana-se quem pensa que tirar um e colocar outro na presidência promove a mudança. “(...) por que os políticos não teem a coragem de dizer aos cidadãos: não governamos, estamos aqui para sermos os comissários dos que estão acima, (...) as multinacionais” Espinafrou Saramago.

 

Quase sempre se pensa que se vive na democracia porque se pode votar. O músico Manu Chao desmascarou: “(...) A democracia é uma mentira porque para votar de verdade tem que pagar, tem que ser acionista. O voto grátis não existe porque votamos em gente que não tem o poder para agir. Quem votou na guerra do Iraque? Os acionistas do Texas.” São, dentre outros, os fabricantes e comerciantes de armas, as construtoras (por isso destroem tanto), os donos dos Meios de Comunicação e os políticos por eles financiados.

 

François Houtart avançou apontando outra causa da falta de lucidez “As universidades são escolas a serviço do mercado, há 4 universidades com nome de multinacionais. E não há reação. (...) mas um dia estoura.”  E estamos vendo que já começa.

 

O uruguaio Eduardo Galeano, autor de As veias abertas da América Latina (que Obana recebeu de presente) disse que a sociedade deixou-se “submeter ao mercado que é um deus pior do que o do Antigo Testamento: está sempre furioso, castigando, vingando, ameaçando.”

 

O Bispo emérito Pedro Casaldáliga, referindo-se ao países que se deixaram capturar – e qual não se deixou? - pelo FMI (e outros bancos) afirmou “os povos não fizeram a dívida, mas pagam ... com crenças.” Ainda há quem acredite nas manobras dos bancos centrais.

 

Carlos Taibo acrescentou denunciando que “circulam 60 vezes mais capitais especulativos que reais. A especulação domina tudo, beneficia os capitais da ilegalidade, o crime organizado.” E Frederico Mayor Saragoza completou: “Há uma plutocracia internacional, um tráfico de tudo: de armas, de drogas, de pessoas, ...[que sustentam] os paraísos fiscais.” Eduardo Galeano acrescentou: “a especulação, o crime, recompensam. Esse é o mundo de ponta-cabeça, é preciso coloca-lo de pé.”

 

A tudo isso, “é preciso dizer NÃO ao mito de que já não há ideologias”, disse Maria José Fariñas. Por fim, Samí Nair completou: “os MCS (meios de comunicação social) existem para que não possamos analisar os acontecimentos; e citou Jean-Luc Godard: “porque teem como objetivo fabricar o esquecimento.”

 

Iolanda Toshie Ide

 

Convento Santíssima Trindade

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