Paz e desmilitarização

            O tema da paz sempre mereceu a atenção e empenho das mulheres por isso é um dos eixos da Ação Global 2010 da Marcha Mundial das Mulheres (MMM). A desmilitarização é outro aspecto da busca da paz: “As mulheres sempre sofreram conseqüências psíquicas, sociais, físicas e econômicas da guerra. Assim, desde a antiguidade até o presente, o estupro massivo das mulheres é parte integral das guerras. As mulheres e seus corpos foram por vezes considerados como despojo de guerra, outras como moedas de troca.” (MMM).  Durante a anterior Ação Global da MMM em 2005, mulheres japonesas fizeram manifestações contra a modificação do artigo 9 da Constituição que permitiria a militarização do Japão.  

            A desmilitarização é uma tarefa urgente. Fontes de agressões, mortes e destruições, as indústrias de armamentos são as primeiras a lucrar, na crise, com a queima de excedentes advindos da superprodução capitalista. A despeito da necessária contenção de despesas, governos sustentam as chamadas “guerras de baixa intensidade”.
            Os Estados Unidos manteem 853 bases militares em todo mundo, 21 delas na América do Sul e Central. Por meio da “Escola das Américas”, o império perpetrou vários golpes militares durante as últimas décadas. Os últimos foram no Haiti derrubando o presidente Bertrand Aristide; na Venezuela retirando do poder por 48 horas o presidente Hugo Chávez; e, no dia 28 de junho último, seqüestrando o presidente Manuel Zelaya Rosales de Honduras.
            As mulheres teem sido as maiores denunciadoras e lutadoras pelo fim dessa escola de golpistas. Periodicamente são presas porque escalam as grades dessa escola de assassinos e denunciando as violências contra povos das Américas.
            A atuação das “Forças de Paz” da ONU no Haiti, comandadas pelo Brasil, mas de mesma matriz, é um projeto piloto para reprimir os movimentos sociais em toda América O ensaio da MINUSTAH já está servindo para a repressão nos morros do Rio de Janeiro, para atacar camponeses/as e indígenas. O recrudescimento da violência policial contra trabalhadores/as, sobretudo rurais no Rio Grande do Sul é apenas um exemplo do novo modelo de violência policial/militar de mãos dadas com o judiciário.
            Segundo Yenly Angélica Méndez, assessora da Associação Camponesa do Vale do Rio Cimitarra, os paramilitares se apropriaram de cerca de 8 milhões de hectares dos camponeses da Colômbia. O Plano México de incremento da militarização aprovado em maio de 2008, conta com 1,4 bilhão de dólares para os próximos três anos. As duas gestões de Álvaro Uribe na Colômbia com a “política de segurança democrática”, foram muito eficientes do ponto de vista da militarização e da cooptação do judiciário no ataque aos movimentos sociais. Paralelamente espiões são infiltrados pela CIA e pelo FBI e... a USAID, por meio de projetos de desenvolvimento, garante a subserviência.
            Hillary Clinton e o Pentágono fazem todas as gestões para garantir o não retorno de Manuel Zelaya Rosales à presidência de Honduras: articularam o golpe, conchavam as “negociações” para ganhar tempo, usando um interlocutor claramente pró-golpistas como é Oscar Arias da Costa Rica. Regina Fonseca do Centro de Derechos Humanos denuncia a repressão de que estão sendo vítimas por causa da defesa da volta de Zelaya à presidência.
            A pesquisadora Ana Esther Ceceña, integrante do Observatório Latinoamericano de Geopolítica da Universidade Autônoma do México, informa que o Peru aprovou a entrada de mil efetivos para a realização de exercícios militares do Plano Colômbia, que se estende desde o México até os países mais ao sul.
            Em Porto Rico, escolas secundárias estão sendo visitadas para recrutar jovens para matar e morrer nas muitas guerras que o império promove. Dias piores virão se nossa luta por Paz e desmilitarização não for exitosa e, mais uma vez, nós, mulheres, pagaremos o preço mais alto.
            Conforme a MMM, “A resolução 1325 do Conselho de segurança das Nações Unidas (ONU) sublinha o impacto da guerra sobre as mulheres e requer que os Estados-membros incluam as mulheres em todas as negociações de paz e nos processos de resolução de conflitos. Sua aprovação foi o resultado do trabalho feito pelas organizações e ações de mulheres, incluindo a Ação Internacional de 2000 da MMM.” 
Iolanda Toshie Ide

Convento Santíssima Trindade

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